11/01/2016 11h02

Vandalismo de Gestão

Especulações envolvendo os serviços prestados pelos profissionais da saúde são cada dia mais comum por parte da grande imprensa que, por sua vez, transforma o trabalhador em um anti-herói, e o culpa pelas falhas existentes no sistema.

Mas o que de fato está por trás dos “erros”? Quais fatores predispõem o acontecimento dos mesmos?

Para o SUEESSOR, as condições precárias de trabalho pelas quais os profissionais são submetidos e a falta de estrutura das empregadoras são as verdadeiras vilãs deste contexto, e afirmou que medidas simples, podem resolver problemas que colocam em risco a vida do paciente e do próprio trabalhador.

Mas o que de fato está por trás dos “erros”? Quais fatores predispõem o acontecimento dos mesmos?

Mas o que de fato está por trás dos “erros”? Quais fatores predispõem o acontecimento dos mesmos?

Gestão X Estrutura X Código de Ética

Algo que pode servir para elucidar o tema é o aumento do número de convênios atendidos nos hospitais de gestão privada. Isso porque, o gestor ao licitar essas operadoras, aumenta a demanda a ser atendida, porém, muitas vezes estes não possuem estrutura para administra-la, ou seja, faltam funcionários, equipamentos, leitos, etc.

E diante desse quadro, o resultado não poderia ser pior. São inúmeros trabalhadores sob pressão e em alto índice de estresse, pois além da alta responsabilidade, passam a atender mais de uma paciente por vez, causando também, um desconforto ao usuário do sistema.

E isso, é só a ponta do iceberg.

Toda profissão deve dispor de organização adequada com suas atividades, obrigações, responsabilidades e direitos. Para tanto, é necessário seguir o código de ética que a rege.

Código este, que simplesmente é ignorado pelos empregadores quando se trata de fornecer recursos aos seus funcionários para o exercício adequado der suas funções.

Por exemplo, no caso dos profissionais de enfermagem (técnicos e auxiliares), existe uma resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que determina que se mantenha permanentemente um enfermeiro (chefia imediata) nos locais onde se tramita ou mantenha pacientes de maior gravidade – Prontos Socorros e Unidade de Terapia Intensiva, e infelizmente isso não ocorre, justamente pela falta de planejamento de gestão e estrutura para o cumprimento da norma.

Quando existe por parte do empregador uma preocupação com medidas que coíbem erros, como a de seguir e fornecer recursos para o cumprimento do código de ética, não se condena toda uma categoria e tão pouco aqueles que necessitam dela, neste caso, os pacientes.

Medidas

Existem algumas providencias simples que podem ser adotadas, a fim de evitar estes e outros problemas, por exemplo:

1.)    Conhecer e aplicar os critérios estabelecidos pelo código de ética da categoria;

2.)    Planos de carreira;

3.)    Treinamentos disciplinares, aplicando as relações sociais e humanas de acordo as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho;

4.)    Planejamentos de gestão;

O Sindicato

Cabe ao Sindicato apurar denuncias e leva-las aos órgãos competentes, por exemplo, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE.) e Ministério Público. Com a documentação em mãos, serão agendadas mesas redondas entre órgão competente, entidade sindical e empresa, para que haja mediação dos conflitos e punição adequada, caso as irregularidades não sejam solucionadas.

Porém para que isso aconteça, é necessário que a categoria tenha coragem e denuncie.

Falando nisso … 

No ano de 2015, 12 empresas foram notificadas pelo Sindicato para mesas redondas. Todas possuem prazos determinados pelo Ministério do Trabalho e Emprego para corrigirem irregularidades.

São elas: Beta Clean – Hospital Geral de Santana de Parnaíba, Cotilab, Hospital Family,Hospital Alpha Med, Hospital Antonio Giglio, Hospital Nossa Senhora de Fátima, Hospital Renascença, Hospital São Francisco, Hospital Francisco Moran, Instituto Acqua, Recanto São Camilo e UDI. 

Pin It on Pinterest