CSB lança Campanha Nacional de Filiação
Fortalecer a base, avançar nas lutas, nas conquistas e nos direitos trabalhistas. Com estes objetivos a CSB lançou, na reunião da Direção Nacional da Central, em Brasília, a Campanha Nacional de Filiação. Desde a sua fundação, a CSB é uma das centrais que mais crescem no Brasil. Em 2015, conquistou o reconhecimento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com o índice de representatividade sindical de 7,43. “Hoje temos quase 500 sindicatos filiados. Estamos crescendo. Tenho um orgulho profundo da nossa luta. Nós temos uma visão nacionalista e trabalhista, uma pluralidade interna e capacidade de garantir espaço para todos os dirigentes sindicais. Por isso cada sindicato filiado representa uma peça importante para o crescimento da Central e o fortalecimento na luta pelos trabalhadores”, disse Antonio Neto, presidente da CSB.
“Acreditamos que nossa Central será muito fortalecida se conseguirmos obter um número representativo de novos filiados, pois serão companheiros e companheiras que estarão juntos conosco na nossa luta e que nos ajudarão a defender os trabalhadores de ataques da burguesia. Portanto queremos estabelecer uma relação política permanente com os filiados da CSB, especialmente com estes novos filiados que vamos conquistar nesta campanha”, disse a vice-presidente Maria Barbara da Costa.
Para Cosme Nogueira, integrante da Executiva da CSB, não é nenhum exagero afirmar que a luta dos trabalhadores, seja ele vertical ou horizontal, por aumentos salariais, conquistas pontuais ou ampliação dos direitos, passa pela unidade e integração dos sindicatos a uma organização nacional. “Filiar o sindicato a um central é mais do que uma forma de organização, é um meio de fortalecer a luta do proletariado”, afirma.
Segundo o tesoureiro da central, Juvenal Pedro Cim, a CSB está lutando pelo povo brasileiro. “Nós só temos um lado, o do trabalhador. Temos um compromisso com o Brasil e com os brasileiros. Temos capacidade de promover e acompanhar os avanços da sociedade, por isso e muito mais que a CSB é a central sindical que merece a confiança dos sindicatos e dos trabalhadores. Este ano, para fortalecer ainda mais a Central, intensificaremos os nossos esforços para termos uma regional da CSB em cada estado do País”, argumentou o dirigente.
Ampliação da CSB
No encontro, foi definida como uma das prioridades da entidade a consolidação e criação de regionais da Central em todos os estados do Brasil. A entidade deve aprofundar seu protagonismo na organização sindical no País.
Para Flávio Werneck, vice-presidente da CSB e presidente do Sindpol-DF, , a iniciativa servirá para consolidação e ampliação da atuação da Central. “Crescemos muito nos últimos anos em todo o País. A criação de regionais vem consolidar esse crescimento e fortalecer ainda mais as relações da CSB com sua base filiada”, destacou o dirigente.
Segundo Antonio Neto, a criação de regionais irá aproximar a entidade dos trabalhadores. “O Brasil é um país muito grande e com realidades distintas. Ter uma filial da Central próxima do trabalhador faz com que seja possível conhecer e lutar pelas causas específicas daquela região. Além disso, com consolidação das regionais conseguiremos fazer valer a nossa voz dentro dos conselhos municipais e estaduais”, disse. O presidente também ressaltou que a criação das regionais irá contribuir para o aumento de sindicatos filiados à Central.
O secretário-geral Alvaro Egea disse que as regionais funcionarão também como mais um incentivo à luta da Central. “Acreditamos muito na capacidade de iniciativa e liderança dos companheiros. Podemos aproveitar o período para ativar filiações. As reuniões estaduais podem alavancar nosso crescimento”, revelou.
Capacitação sindical
A CSB, em parceria com o Dieese, irá prover durante o ano de 2015 uma série de cursos de formação e capacitação sindical para os dirigentes de sindicatos filiados. Os cursos que fazem parte das atividades do programa anual de formação de dirigentes sindicais serão ministrados pela equipe técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e certificado pela Escola Dieese de Ciências do Trabalho.
Dentro as opções de cursos oferecidos destaca-se o de negociação coletiva. “Temos dirigentes sindicais de diversas regiões do País. Tenho certeza de que os que participarem das aulas voltarão para as suas bases com melhor qualificação para contribuir com as lutas da categoria e dos trabalhadores”, afirmou Antonio Neto.
O presidente da CSB ressaltou a relevância da realização de cursos de negociação coletiva. “A boa formação de negociadores, aliado a uma forte mobilização da categoria, é que tem possibilitado grandes vitórias nos últimos anos. Fazemos encontros e seminários todos os anos para preparar os dirigentes. A capacitação sindical é uma estratégia vitoriosa que queremos manter e aperfeiçoar”, enfatizou.
De acordo com Luiz Sérgio Lopes, vice-presidente, a filiação será somente um primeiro passo para o crescimento e fortalecimento da entidade. “Já durante os meses de realização da campanha de filiação, vamos convidar, permanentemente, nossos filiados para participar das atividades de capacitação. A CSB tem promovido, em parceria com o Dieese, cursos de negociação coletiva para os filiados e também atividades de capacitação política para os dirigentes sindicais. O constante aprimoramento do movimento sindical é fundamental para a vitória da classe trabalhadora”, afirma Lopes.
Congressos Sindicais
Com o objetivo de fortalecer a Central, ampliar os horizontes dos dirigentes e as ações em prol dos trabalhadores, a CSB decidiu, na reunião da Direção Nacional da Central, que irá realizar em 2015 uma série de congressos para debater pautas relacionadas às mulheres, aos servidores públicos, à saúde, aos negros, aos trabalhadores rurais e movimentadores de mercadoria.
Mulheres
O congresso das mulheres busca sensibilizar e estimular os sindicatos filiados à CSB a empregar ações sobre a questão da mulher trabalhadora. O encontro permitirá debater a questão de gênero da mulher na sociedade e planejar ações que diminuam as desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Na opinião de Andréa Myrrha, diretora para assuntos da mulher da CSB, o encontro é importante para reafirmar a organização das mulheres dentro de seus locais de trabalho e também nas esferas da direção sindical. “Nós somos maioria nas categorias profissionais, representamos mais de 70% da força de trabalho nacional, por esta razão se faz necessário debater no âmbito sindical a realidade das mulheres, a violência doméstica e as desigualdades de renda entre os gêneros”, disse a diretora.
Trabalhadores rurais
O encontro dos trabalhadores rurais tem como objetivo debater a organização sindical no setor, a reforma agrária, o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), o Plano Nacional de Agroecologia, a Produção Orgânica (Planapo), qualificação do trabalhador, a previdência social, além do enquadramento profissional e aposentadoria. O congresso também irá definir as diretrizes do Plano Nacional de Agricultura da CSB.
De acordo com Antônio Cerqueira de Souza (Toti), coordenador da Secretaria Nacional dos Trabalhadores Rurais da CSB, uma das principais bandeiras da Central é a defesa dos excluídos. E não há trabalhador mais excluído no Brasil que o trabalhador rural. “É necessário que existam leis que apoiem o camponês. Os governantes precisam criar uma política agrícola que apoie o trabalhador rural, de modo a garantir melhores condições de vida e trabalho. O encontro vai permitir a aproximação do movimento sindical com o trabalhador rural, cujos direitos precisam ser respeitados”, disse o coordenador.
Servidores públicos
No congresso dos servidores públicos, o debate terá como pauta a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a terceirização na administração pública, licença sindical, qualificação do servidor público, assistência médica do servidor e reajuste dos vencimentos, das aposentadorias e das pensões.
“A luta dos funcionários públicos é antiga. Temos de combater a criminalização dos sindicatos que fazem greve no setor. É necessário existir uma data-base nacional para que aconteça a negociação coletiva. As centrais sindicais precisam se unir. Em conjunto nós temos capacidade para lutar pelos interesses dos funcionários públicos de todo o País. O encontro será fundamental para unirmos forças e conseguirmos avançar na luta do funcionalismo”, destacou Cosme Nogueira.
A prática antissindical sofrida pelos servidores públicos, como a falta da correção salarial adequada e a ausência de uma convenção coletiva, foi um dos pontos levantados por Maria Mercês, vice-presidente da CSB. “A criação de sindicatos que não representam efetivamente os trabalhadores do funcionalismo faz com que muitos servidores não se sintam representados por seus sindicatos. Portanto a mobilização deve ser conjunta para aumentar a capacidade de organização. A unicidade sindical é o único caminho para que haja vitórias reais para os funcionários públicos”, declarou a vice-presidente.
O encontro dos servidores públicos está programado para ser no Espírito Santo, sob a calorosa recepção da Fespumees. “Vamos fazer um grande encontro para debater as principais questões relacionadas aos servidores públicos. A CSB mais uma vez dará exemplo de organização”, disse o Presidente da Federação e diretor da CSB, Jorge Nascimento.
Negros
Os temas priorizados para o primeiro encontro de negros e negras da CSB serão: desigualdades entre negros e brancos; isonomia salarial entre negros e brancos, homens e mulheres; implementação de políticas de ações afirmativas no trabalho, educação, instância de poder e na segurança pública – setores que mais discriminam a população negra. “É fundamental debater a situação do negro no Brasil. Há ainda um abismo social que divide negros e brancos. Nós discutiremos a realidade brasileira do ponto de vista da Nação, do Estado e da economia, para refletir os desafios para a construção de um projeto político da população negra para o Brasil”, disse José Avelino Pereira (Chinelo), vice-presidente da Central.
Saúde
O encontro dos trabalhadores da área da saúde irá debater a redução da jornada de trabalho para 30 horas dos enfermeiros, criação de um piso nacional para a categoria, saúde e segurança do trabalhador e organização dos trabalhadores.
Segundo a vice-presidente Antonia Trindade Valente dos Santos, o processo de trabalho na área da saúde pode ser muitas vezes repleto de tensões, além de contribuir para a precariedade das condições de trabalho e sobrecarga dos trabalhadores, o que acarreta o aumento de falhas e afastamentos. “A saúde no Brasil precisa ser discutida pelo movimento sindical e priorizada em nossas lutas pelos trabalhadores”, afirma.
Movimentadores de Mercadorias
Regulamentação da categoria, informalidade e sindicalização serão os pontos debatidos pelo encontro dos movimentadores de mercadoria. Um dos problemas que os movimentadores enfrentam é a questão da organização dos profissionais. Todo trabalhador que atua na carga e descarga de materiais é movimentador de mercadorias. “Não há lógica no fato de um trabalhador estar, por exemplo, em um depósito de supermercado, carregando produtos para vários lugares, e ser definido como comerciário ou profissional da área de transporte. Ele é, sim, movimentador de mercadorias. A movimentação de mercadorias é a categoria mais antiga e sofrida do Brasil. Precisamos ser respeitados. Queremos reunir os movimentadores do Brasil para termos forças para conquistar o reconhecimento e valorização da nossa categoria”, enfatizou Marcos Rogerio Barbosa dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Salvador e Região (Sintmov).
Ações da Comissão Nacional da Verdade
Na reunião da Direção Nacional, também foi anunciado que a Central dos Sindicatos Brasileiros e as demais centrais sindicais que compõem o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, às Trabalhadoras e ao Movimento Sindical”, criado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV)”, darão continuidade aos trabalhos de investigação sobre a relação entre as empresas e o aparelho repressivo da ditadura. Os trabalhos da CNV foram encerrados com a entregada do relatório final para a presidenta Dilma Rousseff, em dezembro de 2014.
Ações da Comissão Nacional da Verdade
Na reunião da Direção Nacional, também foi anunciado que a Central dos Sindicatos Brasileiros e as demais centrais sindicais que compõem o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, às Trabalhadoras e ao Movimento Sindical”, criado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV)”, darão continuidade aos trabalhos de investigação sobre a relação entre as empresas e o aparelho repressivo da ditadura. Os trabalhos da CNV foram encerrados com a entregada do relatório final para a presidenta Dilma Rousseff, em dezembro de 2014.
Na reunião da Direção Nacional, também foi anunciado que a Central dos Sindicatos Brasileiros e as demais centrais sindicais que compõem o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, às Trabalhadoras e ao Movimento Sindical”, criado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV)”, darão continuidade aos trabalhos de investigação sobre a relação entre as empresas e o aparelho repressivo da ditadura. Os trabalhos da CNV foram encerrados com a entregada do relatório final para a presidenta Dilma Rousseff, em dezembro de 2014.
Ismael Antonio de Souza, representante da CSB no GT, explica que as investigações da CNV são essenciais e devem continuar. “A ditadura foi um golpe contra os trabalhadores, e muitas mortes e desaparecimentos ainda estão sem respostas. A maioria dos sindicalistas foram presos e torturados. Essas pessoas perderam seus empregos, e suas famílias sofreram muito. O golpe foi aplicado em cima do argumento de que João Goulart ia criar uma “república sindicalista”, e isso contribuiu para o ataque aos trabalhadores. Foram mais de 20 anos de perseguições aos trabalhadores, por isso as investigações e o trabalho do GT precisam continuar para que os culpados sejam punidos”, contou.
Segundo divulgado pelo GT dos Trabalhadores, a linha de pesquisa central do grupo será continuar a mostrar as intervenções aos sindicatos, cassações de mandatos, prisões, torturas e morte de sindicalistas e trabalhadores entre 1964 e 1985. Além disso, o GT quer mostrar como as empresas financiaram o golpe e os anos de ditadura no Brasil, e colaboraram na perseguição aos trabalhadores.