Cuidados com a saúde no Dia Internacional do Homem
Cuidados com a saúde no Dia Internacional do Homem
O Brasil comemorou em 15 de julho, o Dia Internacional do Homem com um alerta sobre os cuidados da saúde masculina.
A cada três mortes de pessoas adultas no país atualmente, duas são de homens. Isso é ainda mais alarmante, quando relacionado aos jovens. Na faixa etária dos 20 aos 30 anos o risco de morte é 80% maior do que as mulheres.
Os homens também apresentam mais resistência a procurar cuidados médicos e a realizar atitudes preventivas. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, colesterol e pressão arterial elevada e maior tendência à obesidade. Além disso, utilizam álcool e outras drogas em maior quantidade, estão mais expostos aos acidentes de trânsito e trabalho, e encontram-se envolvidos na maioria das situações de violência.
“Os homens, de maneira geral, desde cedo são educados para não entrar em contato com sua fragilidade, mantendo a aparência de que são fortes e auto-suficientes. Com um isso constroem a fantasia de que nunca vão adoecer ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, alimentam um incrível medo de descobrir doenças. Crescem com isso, defendendo-se de sua sensibilidade e sem conseguir desenvolver auto-cuidados com sua saúde”, afirma o coordenador da área técnica da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Eduardo Chakora.
Chakora explica ainda que é fundamental que os homens revejam seus valores e crenças e dêem a devida importância ao seu bem mais precioso – a saúde – e com isso possam manter-se saudáveis em várias das fases dos ciclos de vida.
“A mentalidade que queremos incutir é que homem que é homem de verdade cuida da sua saúde, preserva a vida e evita o seu sofrimento e de todas as pessoas que lhe querem bem”, destaca.
O coordenador também defende que os profissionais de saúde precisam dar uma maior visibilidade para os homens, principalmente por meio de um acolhimento com qualidade e escuta qualificada. “Dessa forma, paulatinamente, os homens podem considerar os serviços de saúde como espaços masculinos e os serviços de saúde podem reconhecer os homens como sujeitos de cuidado”, afirma Chakora.
POLÍTICA NACIONAL – Pensando nesse perfil, o Ministério da Saúde desenvolve a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, lançada desde agosto de 2009. A iniciativa é uma resposta à observação prática de que os agravos do sexo masculino são um verdadeiro problema de saúde pública.
A política brasileira se tornou uma referência internacional e há iniciativas de cooperação, atualmente centradas nos países da América do Sul, em desenvolvimento. O Ministério da Saúde já repassou recursos para os 26 estados, Distrito Federal e 80 municípios de grande porte até agora. A intenção é repassar recursos para mais 80 municípios neste ano, contribuindo para a organização dos serviços e para a implementação de ações e estratégias voltadas para a Saúde.
O principal objetivo da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem é facilitar e ampliar o acesso da população masculina às ações e aos serviços de assistência integral à saúde. A política também busca atuação nos aspectos sócio-culturais sob a perspectiva de gênero, contribuindo de modo efetivo para a redução da morbidade e da mortalidade e para a melhoria das condições de saúde dessa população, utilizando como porta de entrada a Atenção Básica e a Estratégia Saúde da Família (ESF).
Algumas das principais metas da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem:
• Capacitar os profissionais de saúde, sobretudo com especial foco nas equipes de saúde da ESF, inserindo a saúde do homem nos conteúdos de educação a distância. Esse treinamento será planejado e realizado levando em consideração as realidades loco-regionais;
• Elaborar uma linha de cuidado voltada para os principais agravos que acometem a população masculina;
• Confeccionar materiais educativos voltados para a saúde sexual e reprodutiva, doenças mais prevalentes, hábitos saudáveis e práticas de auto-cuidados, entre outros;
• Desenvolver campanhas sobre a importância dos homens cuidarem da saúde, tendo como público alvo, homens, mulheres e profissionais de saúde;
• Estimular ações e atividades de promoção de saúde para que facilitem o acesso da população masculina aos serviços de saúde com base no reconhecimento da diversidade (idade, condição sócio-econômica, local de moradia, diferenças regionais e de raça/etnia, deficiência física e/ou mental, orientação sexual e identidades de gênero);
• Incluir os homens como sujeitos nos programas de saúde/direitos sexuais e reprodutivos, especialmente no que se refere às ações de contracepção, pré-natal e puericultura e cuidados familiares;
• Implementar ações e estratégias voltadas para essa população no maior número possível de municípios brasileiros.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Agência Saúde