Produtos aumentam e trabalhador precisa economizar
O IBGE divulgou na última sexta-feira (5) o resultado da inflação de novembro: um aumento de preços da ordem de 0,53%, de acordo com o INPC-IBGE. Houve aumento dos preços dos produtos alimentícios em 0,75% e de 0,43% no que tange aos produtos não alimentícios.
Com o resultado da inflação de novembro, a inflação acumulada em 12 meses permaneceu estável, fechando em 6,33%. Em outubro havia sido de 6,34%. Sendo assim, as categorias que tiverem data-base em dezembro precisam de, no mínimo, 6,33% de reajuste salarial, para repor as perdas com a inflação de 12 meses, medida pelo INPC-IBGE.
Estimativa juros
O Banco Central – BC trabalha para que a inflação diminua e chegue ao centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016, disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, ao participar de audiência conjunta da Comissão Mista de Orçamento – CMO e de cinco comissões do Senado e da Câmara. “Não haverá complacência por parte do Banco Central”, destacou. Ele admitiu, no entanto, que no curto prazo a inflação deverá ter um aumento. “A inflação vai ser elevada nos últimos 12 meses, pelo realinhamento dos preços domésticos e dos administrados [como energia e combustível] em relação aos livres [definidos pelo mercado]”, disse.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de novembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mostra que a inflação deverá encerrar o ano abaixo do teto da meta de 6,5% estabelecida pelo governo para 2014. Pelas regras, a meta é 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O resultado do IPCA em novembro mostrou que o indicador, usado para estabelecer as metas de inflação no país, ficou em 0,51% no mês passado.
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), ressaltou que as avaliações de Tombini apontam para um cenário econômico favorável para 2015. “Há um cenário internacional bastante difícil, mas em 2015, segundo o próprio presidente [do Banco Central], vai haver uma mudança, vai crescer novamente.”
Já o líder do DEM, deputado Mendonça Filho, tem uma perspectiva diferente. De acordo com ele, o presidente do BC confirmou os problemas econômicos pelos quais o país passa. “Inflação crescente, praticamente estamos estagnados, parados. O Brasil crescendo 0%, 0,18% neste ano. E a perspectiva para 2015 é de mais arrocho e de mais dificuldades”, disse.
Durante a audiência, Tombini também falou sobre os aumentos da taxa básica de juros (Selic), negando que eles ocorreram, depois das eleições, por pressão política. Segundo o presidente do BC, as reuniões do Comitê de Política Monetária – Copom são remarcadas com um ano de antecedência e não houve mudanças por questões eleitorais. “Os sinais estavam ali. Não é porque está ocorrendo eleição que vamos remarcar a reunião do Copom.”
Respondendo a perguntas feitas por parlamentares da oposição sobre o governo cumprir a meta fiscal do ano que vem, o presidente do Banco Central considerou factível o governo cumprir da meta de 1,2% do Produto Interno Bruto – PIB para o superávit primário de 2015. “Creio que é um número duro, mas é, sim, factível, e o governo conseguirá atingi-lo”, disse.