Seminário discute Educação e Trabalho em Saúde
O Ministério da Saúde realizou nos dias 17 e 18 de setembro, em Brasília, seminário internacional para discutir a integração entre educação e trabalho aplicados na Atenção Básica. Especialistas brasileiros e de outros quatro países – Estados Unidos, Austrália, Canadá e Espanha – participam do evento. A expectativa é que as discussões possam orientar a construção de um debate nacional sobre o tema, a partir de práticas exitosas desenvolvidas por esses países.
Na abertura, ocorrida na manhã de quarta-feira (17), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, falou sobre a importância do encontro. “A característica desse seminário é a troca de experiências. O importante é aproveitar ao máximo possível o intercâmbio de aprendizagens para ajudar a abrir novos caminhos em busca dos resultados esperados no cuidado em saúde”, disse o ministro.
Chioro falou sobre políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no Brasil para qualificar o Sistema Único de Saúde (SUS) e melhorar as condições de saúde da população, como o Programa Mais Médicos. “Com a fase de provimento de profissionais, estamos beneficiando 50 milhões de brasileiros que antes não tinham a oportunidade de contar com uma Equipe de Saúde da Família completa perto de onde moram”, afirmou.
Chioro lembrou que programa tem duas outras dimensões muito importantes para enfrentar os desafios da expansão e melhoria da Atenção Básica. “Uma diz respeito aos avanços na infraestrutura, com investimento na ampliação, reforma ou construção de 26 mil Unidades Básicas de Saúde em todo o país. Há uma preocupação muito grande em garantir, para os profissionais, que essa rede de serviços básicos de saúde possa ter uma capacidade de execução do cuidado em saúde qualificada”, frisou.
Por outro lado, o ministro destacou que o governo também está preocupado em formar mais e fixar os profissionais em regiões de maior necessidade. “O outro eixo fundamental é o da educação, em que assumimos o compromisso de elevar o número de médicos no país com qualidade. Vamos ampliar em 11.500 as vagas de graduação em medicina até 2017 e ao mesmo tempo universalizar a oferta da residência médica, mas não nos mesmos moldes que temos hoje. Será uma residência voltada para as necessidades do SUS, equilibrada no ponto de vista de formação entre especialistas e médicos generalistas”, disse Chioro.
Para o ministro, uma das características mais importantes do Mais Médicos é a regulação da formação médica a partir das necessidades, e não apenas a partir da lógica de mercado. “O Programa demarca uma ruptura, que muitos países já fizeram em outros momentos, que é o Estado chamar para si a responsabilidade em fazer a ordenação, de planejar a formação dos profissionais em saúde em médio e longo prazo. A própria Lei do Programa deixa muito claro que essa tarefa não pode ficar submetida aos interesses corporativos. Precisa de fato representar um projeto de educação e saúde para o país e que dialogue diretamente com as necessidades do trabalho em saúde”, destacou.
SEMINÁRIO – O Seminário Internacional “Processo de Integração Educação e Trabalho e o Impacto no Cuidado: o Papel da Formação e da Educação Permanente nas Redes de Atenção Ordenadas pela Atenção Básica” conta com palestrantes internacionais e especialistas na área, como a Dra. Megan Cahill, diretora executiva do General Practice Education and Training (Austrália); Edward Salsberg, professor pesquisador em serviços de saúde na George Washington University (Estados Unidos); e Teresa Campos, representante do governo da Espanha.
Também participam de debate Felix Hector Rigoli, coordenador da Unidade Técnica de Capacidades Humanas para a Saúde na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e Michael Schönstein, economista na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Fonte: CNTS
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